sexta-feira, 15 de maio de 2009

Publicações sobre a História de Porto Alegre

Algumas publicações sobre a História de Porto Alegre que podem ser encontrados na sede do CPH:

BERND, Zilá (org). Porto Alegre: Memória e Escrita. Porto Alegre: EU/SMC.

BISSÓN, Carlos Augusto (coord). Sobre Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da UFGRS, 1993.

KRAWCZYK, Flávio (org). Da Necessidade do Moderno: O futuro da Porto Alegre do século passado. Porto Alegre: EU/SMC, 2002.

MACEDO, Francisco Riopardense de. O Aniversário de Porto Alegre. Porto Alegre: EU/SMC, 2004.

TILL, Rodrigues. Monumentos de Porto Alegre. Porto Alegre: Evangraf, 2001.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Outras Publicações

Movimento popular da Grande Glória – série depoimentos (2000)

Memória do carnaval do Bairro Santana (2004)

Memoria dos destaques do Carnaval de Porto Alegre (2005)

Guardar na memória – Imagens do Cristal (2008)


No prelo - previsão de lançamento até o final de 2009

Pelos trilhos - Histórias da Vila Ferroviária de Porto Alegre

Tempos narrados - Espanhóis em Porto Alegre

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, em Porto Alegre - Sincretismo entre Maria e Iemanjá

Memória dos Bairros



O projeto “Memória dos Bairros” foi iniciado no ano de 1990, com o objetivo de satisfazer as demandas oriundas do Orçamento Participativo. Vinculado ao CPH, Centro de Pesquisa Histórica de Porto Alegre, sob a Coordenação da Memória Cultural, este projeto se propõe, através de uma metodologia baseada nos pressupostos da história oral, dar aos moradores destas regiões o papel de protagonistas sociais dentro dos processos de transformação na cidade. Foram publicados até agora dezesseis edições, que podem ser encontradas na Biblioteca Municipal Josué Guimarães, no Centro Municipal de Cultura, localizado na Av. Èrico Veríssimo, 307.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Breve História De Porto Alegre


Pelo Tratado de Tordesilhas de 1494, o limite sul das terras portuguesas nas Américas terminava onde hoje é a cidade de Laguna. O Rio Grande do Sul pertencia à Coroa Espanhola que, através dos jesuítas, ocupava a região ainda hoje conhecida como das Missões. De 1580 a 1640, Portugal e todo seu Império submeteram-se à dominação espanhola e, conseqüentemente, caíram por terra os limites demarcados em 1494. Os portugueses, em 1680, fundam a Colônia de Sacramento, hoje cidade de Colônia, no Uruguai. O litoral do Rio Grande do Sul passou, a partir daí, a ser intensamente percorrido em função da garantia da posse, ocupação, colonização e povoamento da Colônia de Sacramento. Portugal não se interessava por esse continente e a Espanha marcava sua presença apenas através dos jesuítas, numa área limitada. Esse fato possibilitou a alguns portugueses ocuparem terras que eram consideradas sem dono e, quando em 1640, Portugal readquire sua soberania, no Rio Grande do Sul já proliferavam as estâncias dos súditos da Coroa Portuguesa. Ao norte da Lagoa dos Patos e a leste da desembocadura do Rio Jacuí, bem na frente do estuário do Guaíba, novas estâncias eram implementadas, formando os campos de Viamão e os campos de Tramandaí. Os de Viamão atraíram maior número de pessoas devido, em primeiro lugar, ao belo panorama que se estendia a longas distâncias planas e horizontes longínquos. Em segundo lugar, pelas grandes bacias ribeirinhas que desembocavam no Rio Jacuí, que representava o caminho para a penetração ao interior e que era, na sua desembocadura, enriquecido por uma série de ilhas com abundante vegetação e, por último, pela existência entre o sítio e a Serra dos Tapes, de uma grande massa líquida que se alargava na Lagoa dos Patos: o Guaíba.
Mesmo com as vantagens oferecidas pelo Guaíba na variedade de redes navegáveis,os primeiros sesmeiros que ocuparam as terras mais próximas desse rio se aproximaram mais de Viamão. Foi o que aconteceu com os três primeiros proprietários de terras que abrangiam o que viria a ser Porto Alegre. Estas terras foram ocupadas, em 1732, por sesmarias concedidas a Sebastião Francisco Chaves, a Jerônimo de Ornellas Menezes Vasconcellos e a Dionysio Rodrigues Mendes. Eram três estâncias que ocupavam, cada uma delas, áreas equivalentes a mais de 13 mil hectares. Essas estâncias se estendiam, de norte a sul, desde o Rio Gravataí até o Arroio do Salso, tendo como limite ocidental o Rio Guaíba. As sesmarias de Jerônimo de Ornellas e Sebastião Chaves eram divididas pelo Arroio Dilúvio, que já teve nomes diferentes em cada trecho: do Sabão, do Dilúvio, da Azenha, do Riacho e, finalmente, do Riachinho, ao se aproximar do rio. As terras de Sebastião Chaves e as de Dionysio Mendes possuíam como limite o Arroio Cavalhada. A estância de Sant’ana, pertencente a Jerônimo de Ornellas, foi erigida nos altos do morro cujo nome permaneceu até nossos dias: Morro Santana, e sua extensão abrangia uma área que terminava na ponta da península conhecida mais tarde por Ponta do Arsenal, Ponta da Cadeia ou ainda Ponta do Gasômetro. Essa região, muito importante por possuir um porto onde eram embarcadas mercadorias especialmente para Rio Pardo, e por estar inserida na propriedade de Jerônimo de Ornellas, levou os nomes de Sítio de Dornelles e Porto do Dornelles. Posteriormente recebeu os nomes de Porto de Viamão, Porto de São Francisco dos Casais, (metade em homenagem ao orago da capelinha levantada pelos açorianos e metade aos corajosos casais que aqui permaneceram na vã esperança de seguirem o seu destino que seria Rio Pardo) e, finalmente, o colorido porto que recebeu o nome de Porto Alegre. Quando, em 1740, Jerônimo de Ornellas recebeu da Coroa Portuguesa a concessão provisória de sesmaria nos campos de Viamão, ele não tinha a intenção de criar ali um núcleo de povoamento, mas sim apreender o gado encontrado solto e reproduzi-lo para comércio na região das Minas Gerais ou no exterior, através do contrabando. A partir de 1744, quando em 7 de dezembro recebeu por Carta Régia a confirmação de posse das terras já ocupadas, Jerônimo de Ornellas intensificou sua criação de gado e, mais tarde, sentiu-se prejudicado com a ocupação, pelos açorianos, da Ponta da Península, vendendo-as a Ignácio Francisco. Esta foi a primeira área que sofreu desapropriação para a marcação das áreas agrícolas e ruas da hoje Porto Alegre. Em 1752, proclamações em editais foram espalhadas por São Paulo e Santa Catarina, conclamando os açorianos ali alojados a se deslocarem para o sul. Gomes Freire de Andrade, representando a Coroa Portuguesa, emite ordem para que dos 200 açorianos que se apresentaram para a viagem, oitenta ficassem no sítio de Viamão com a finalidade específica de construírem canoas para o transporte às Missões e a exploração do Rio Jacuí. A importância do rio para os moradores de Porto Alegre manifestou-se desde início da ocupação. Representou o direito de permanência em suas margens, a solução para garantir a sobrevivência através da pesca e construção de barcos e, finalmente, oportunizou o alargamento do universo conhecido quando da chegada, não só pelo contato com outros núcleos populacionais, como também pelo acesso a outras vias fluviais que o Guaíba dava e ainda dá acesso. Fica fácil, portanto, entender porque foi ali que começou o povoamento e dali partiu a planificação urbana e demarcação de Porto Alegre. O primeiro logradouro construído foi o cemitério, na beira do Guaíba e nas proximidades da Praça da Harmonia que, em seguida, foi transferido para o Morro da Praia, atual Praça Marechal Deodoro ou, como é mais conhecida, Praça da Matriz. Em 1798, foi levantada uma capelinha de barro, coberta por palhas, cujo orago era São Francisco das Chagas, que se localizava na Rua dos Andradas onde funcionou o Cine Guarany. O aumento de interesse pela região oportunizou a construção de alguns estaleiros que trouxeram consigo um crescimento populacional.
A paisagem foi se modificando e houve a necessidade de se proceder oficialmente a distribuição de datas (áreas agropecuárias) para a população, bem como traçar ruas e caminhos, delimitando, assim, o povoado que se expandia desordenadamente. A importância estratégica do Guaíba e de sua “esquina” tornaram imprescindível a mudança da administração do continente para Porto Alegre e, assim, em 26 de Março de 1772, foi criada a Freguesia de São Francisco de Porto dos Casais, com jurisdição própria e separada da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão. Isso significava a criação dos primeiros serviços públicos, uma vez que seus habitantes não precisariam deslocar-se até Viamão para realizar os registros de nascimentos, casamentos e óbitos. Eles eram agora porto-alegrenses, nome popular dado ao movimentado porto e a sua gente e onde há vinte anos chegaram os primeiros açorianos vindos de Santa Catarina, atrás de um pedaço de terra que lhes garantissem viver dignamente.


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